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Freguesia dos Milagres

A freguesia dos Milagres foi criada a 24 de Junho de 1750 composta por treze lugares. Destes lugares 9 foram cedidos pela freguesia de Colmeias e 4 pela freguesia de Regueira de Pontes. Ficaram então a fazer parte da freguesia dos Milagres os lugares de Bidoeira de Cima, Bidoeira de Baixo, Mata da Bidoeira, Val de Coelhos, Casal da Quinta, Ínsua, Figueiras, Balres, Mata da Ribeira da Godim, Alcaidaria, Bulhão, Quintas da Ribeira da Godim e Carreira. Mais tarde foram também criados os lugares de Triste Feia1, Casal dos Maios, Outeiro das Quintas, Corredoura, Portela da Mata, Texugueira, Carriço, Casal do Pilha e Colónia Agricola. Alguns destes lugares foram desanexados de outros já existentes. Em 4 de Outubro de 1985 foi constituida a freguesia da Bidoeira de Cima retirando aos Milagres os lugares de Bidoeira de Cima, Bidoeira de Baixo, Val coelho, Mata da Bidoeira, Texugueira e Carriço.

1Feia foi o adjectivo que o Cónego Lacerda acrescentou ao lugar da Triste.

 


bandeiraOrdenação heráldica (Publicada no Diário da República, III Série de 02/05/1998):

Armas: Escudo de ouro, uma espiga de milho-rei de vermelho folhada de verde, entre dois pinheiros arrancados do mesmo; em chefe, um coração, com chamas de vermelho e em ponta, um monte de dois cômoros de verde, movente dos flancos e um de um pé ondado de prata e azul de três tiras. Coroa mural de prata de três torres. Listel branco com a legenda de negro, em maiúsculas : “MILAGRES“.

Leiria_freguesias_2013A freguesia dos Milagres ocupa uma área de cerca de 17 Km2 no Centro do Concelho de Leiria confrontando a Norte com as freguesias de Souto da Carpalhosa e Bidoeira de Cima, a Leste com Colmeias, a Sul com Boavista e Marrazes e a Oeste com a Freguesia Regueira de Pontes. Fica enquadrada de forma aproximada pelos paralelos 39º46’ e 39º49’ Norte e pelos meridianos 8º44’ e 8º48’ Oeste.

Registos paroquiais indicam que antes das invasões francesas, em outubro de 1810, a população desta freguesia era de 1.116 , sendo 599 depois da retirada das tropas francesas, em Junho de 1811. Em 1732 a freguesia dos Milagres teria 651 habitantes, em 1981 tinha 2.555 e em 2001 contaram-se 2.961 habitantes.

Em 2011, Milagres tinha um total de 3071 habitantes. Já nos dados dos últimos Censos, em 2021, a freguesia contava com 2826 habitantes sendo 1437 do género feminino e 1389 do género masculino.

Geografia Histórica, de Caetano de Lima, vol 2º, p.660
Censos 2001/2011/2021, INE

Alcaidaria2415-011 LeiriaGPS: 39.795269,-8.778711
Amieira2415-012 LeiriaGPS: 39.795252,-8.812621
Casal da Quinta2415-013 LeiriaGPS: 39.813718,-8.748928
Casal do Pilha2415-014 LeiriaGPS: 39.812671,-8.752633
Casal dos Maios2415-015 LeiriaGPS: 39.813896,-8.752476
Colónia Agrícola2415-016 LeiriaGPS: 39.812655,-8.772824
Figueiras2415-017 LeiriaGPS: 39.797519,-8.754928
Insua2415-018 LeiriaGPS: 39.808429,-8.753671
Mata dos Milagres2415-019 LeiriaGPS: 39.763974,-8.810466
Milagres2415-020 LeiriaGPS: 39.813200,-8.746446
Pingarelhos2415-021 LeiriaGPS: 39.813200,-8.746446
Portela da Mata2415-022 LeiriaGPS: 39.813200,-8.746446
Triste Feia2415-023 LeiriaGPS: 39.799739,-8.798173
Vale Pereiro2415-024 LeiriaGPS: 39.799979,-8.745714

A Invasão dos franceses nos Milagres:
As invasões francesas no principio do século passado deixaram marcas indeléveis entre a população da nossa região, recordadas por muitas dezenas de anos. Pelos dados então recolhidos sabemos que, antes da invasão , no começo de Outubro de 1810, nos Milagres, havia 524 homens, 592 mulheres e 304 agregados familiares ou fogos. Depois da retirada dos invasores, em fins de Junho do ano de 1811, havia 273 homens, 326 mulheres e 160 fogos. Pessoas mortas imediatamente na área da freguesia 18 e pessoas mortas de doenças naquele período 502. Vê-se, por este apontamento, que o povo dos Milagres terá sofrido, além do pavor e das aflições com a presença estrangeira, a perda de bastantes pessoas, não contando os danos provavelmente causados nos bens pessoais, já que os militares franceses se sustentam, então, enquanto por cá estiveram, com cereal, as aves e outros animais domésticos da população local.

𝗦𝗮𝗯𝗲 𝗾𝘂𝗲𝗺 𝗱𝗲𝘂 𝗼 𝗻𝗼𝗺𝗲 𝗮 𝗠𝗶𝗹𝗮𝗴𝗿𝗲𝘀?
𝙅𝙤𝙖̃𝙤 𝘾𝙤𝙨𝙢𝙚 𝙙𝙖 𝘾𝙪𝙣𝙝𝙖 (𝘾𝙖𝙧𝙙𝙚𝙖𝙡 𝙙𝙖 𝘾𝙪𝙣𝙝𝙖).
A 24 de junho de 1750, o bispo de Leiria, João Cosme da Cunha (sob o nome de Frei João de Nossa Senhora da Porta), erigiu a nossa paróquia e freguesia. Ao "Sitio", como antes era chamado, deu o nome "Milagres", cujo templo paroquial teve origem num caso julgado extraordinário, que ocorreu em 1728, graças ao valimento do Senhor Jesus das Barrocas de Aveiro, em favor de Manuel Francisco Maio. O Cardeal da Cunha, nasceu a 20 de outubro de 1715 em Lisboa, cidade ou viria a falecer a 31 de janeiro de 1783. Foi bispo de Leiria de 1746 a 1760 e Arcebispo de Évora de 1760 até à data da sua morte.
𝐼𝑚𝑎𝑔𝑒𝑚: 𝑊𝑖𝑘𝑖𝑝𝑒𝑑𝑖𝑎.
juntafreg
JUNTA DE FREGUESIA DOS MILAGRES
Lg. Santuário Sr. dos Milagres, n.º 56
Tel. +351 244 851 861

junta.milagres@gmail.com
De terça a sexta das 15H00 às 19H00

Sábados das 15H00 às 17H00

Atendimento com o Presidente
Terças-feiras das 18H00 às 20H00
Sábados das 15H00 às 17H00

Presidente: Mário Gomes

Jornal "O Mensageiro"

Jornal "O Mensageiro":
Milagres foi a única freguesia rural do distrito e Diocese, que viu nascer um jornal semanário. O fundador d` O Mensageiro foi o Cónego José Ferreira de Lacerda, que levou por diante a ideia de criar um órgão de imprensa para defender ardorosamente os interesses da nossa região, em especial a restauração do Bispado Leiriense, finalidade alcançada com bastante sucesso.

Os três cemitérios

Os três cemitérios:
O primeiro cemitério de que há provas nos registos paroquiais, foi debaixo dos alpendres da igreja dos Milagres, o segundo no caminho para o Brejo depois do Chão da Feira junto à propriedade do t´Zé Manso e o último é o actual que todos conhecemos. Teria havido um quarto e primeiro de todos no vale da ti Maria da Graça do Marau. Onde provavelmente se sepultariam as gentes das Quintas, o maior povoado que existiu nas proximidades da actual povoação dos Milagres.

A feira dos catorze

A feira dos catorze:
Todos os dias catorze do mês havia uma feira de venda de gado que se realizava nas traseiras da igreja. Era uma grande feira à qual vinham ricos negociantes de toda a parte para vender ou negociar gado bovino, suíno, asinino de capoeira e de toda a sorte. Essa feira foi desaparecendo progressivamente como todas as outras feiras de gado em redor dos Milagres. Os hábitos de vida foram mudando. Hoje resta-nos a memória desses dias de bulício de maior alegria para os que faziam melhor negócio e menor ou maior tristeza para os que pior negócio faziam.

"Á descoberta da Freguesia dos Milagres", Renato Paz

A seca do milho

A seca do milho nos claustros da igreja:
Havia a tradição de secar o milho nos claustros da igreja dos Milagres e por tal seca era obtida a denominada maquia em alqueires de milho para a igreja. O espaço era realmente muito soalheiro e nem todos tinham eiras para a seca do precioso cereal para alimentar o gado e fazer a saborosa broa, que ainda hoje está presente em todas as mesas para acompanhar muitos e especiais pratos.

"Á descoberta da Freguesia dos Milagres", Renato Paz