Visite, Milagres.

Restauro e conservação do Santuário

Quem hoje visita o Santuário do Senhor Jesus dos Milagres, não pode imaginar o estado lastimável de conservação em que este se encontrava á meia dúzia de anos atrás.

A degradação era tal, que não se reconheciam os apóstolos representados nas pinturas existentes na parte superior da nave. No telhado havia brechas de vários metros e a sua estrutura em madeira, ameaçava ruir a qualquer momento. O tecto de uma das sacristias havia já caído parcialmente. No pavimento, a madeira estava completamente carunchosa e os mosaicos de cimento colocados por cima das lajes originais mostravam-se gastos e de mau aspecto. As cantarias exteriores encontravam-se carregadas de sujidade e de silvas que mediam vários metros. As infiltrações eram tais que , durante as celebrações religiosas, obrigavam os elementos do coro a procurarem melhor sitio para se abrigarem da água que escorria pelas paredes. A instalação eléctrica montada no exterior das paredes e cantarias, encontrava-se em rotura e para além de avarias colocava em perigo as pessoas e o edifício.

Perante este cenário e atendendo aos lamentos da população, o novo Conselho Económico Paroquial, tinha que fazer urgentemente algo em defesa da conservação de tão valioso monumento. Mas, punha-se-lhe um grande problema. Para uma obra que se adivinhava custar várias dezenas de milhares de contos, a igreja, dispunha apenas de alguns milhares de escudos. Começou então por se fazer uma melhor administração de verbas, particularmente nos gastos com artistas e outros, nos programas das festas. Também uma maior divulgação quer do Santuário quer da Tradicional Romaria, levou a que as receitas subissem gradualmente. Por outro lado, a sensibilização da população deu os seus frutos e foi no peditório porta-a-porta feito pelo Conselho Económico Paroquial nos lugares da freguesia, que se obteve a maioria do dinheiro que permitiu saldar o empréstimo bancário a que foi necessário recorrer para o grande restauro.

Assim numa primeira fase, na sacristia foi construído novo tecto, telhado e ladrilho. Foi também substituído o soalho, os bancos de madeira e o ladrilho dos corredores. Em 1998 foi substituído o telhado da nave e capela mor, lavadas todas as cantarias e pintadas as paredes exteriores. Em 2000 concluiu-se o restauro interior, a recuperação das pinturas, imagens, marmoreados, talha dourada, cantarias, a pintura das abóbadas e paredes, a reparação e colocação de novas janelas, a substituição e ampliação do equipamento eléctrico e sonoro, a instalação de sistema de alarme anti-roubo etc.

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A par de todas estas obras de restauro do Santuário, o Conselho Económico Paroquial, criou infra-estruturas para melhor poder receber os “ peregrinos” em dias de romaria. Nas obras de restauro e infra-estruturas, intervieram mais de uma dezena de empresas e foram gastos 299.278,73 €. O Conselho Económico Paroquial, no final do seu mandato (início de 2001) tinha liquidadas todas as contas, deixando ainda saldo positivo na conta da Fábrica da Igreja Paroquial dos Milagres.

A todos quantos contribuíram para esta obra.
O nosso Bem Haja.
Carlos Pina

Requalificação do adro:


Adro do Santuário, antes da requalificação de 2021.

O adro do Santuário do Senhor Jesus dos Milagres e espaços envolventes ao monumento foram requalificados em 2021.
Com o apoio do Município de Leiria e a Junta de Freguesia dos Milagres, foram criadas melhores condições para o seu caráter turístico-cultural.

A obra de intervenção urbanística e ambiental incluiu a renovação das infraestruturas técnicas, a requalificação do pavimento, a melhoria das acessibilidades e da mobilidade, bem como o redimensionamento de estacionamentos, passeios e vias de circulação.

Foi ainda introduzida uma nova sinalética urbana, para além dos espaços verdes requalificados, com plantação de nova arborização, e de mobiliário urbano moderno e eficiente, criando zonas de estadia mais funcionais e apelativas, com garantia de conforto e segurança.

No arraial, em frente ao Santuário, foi dada particular atenção às tradicionais festas que aqui decorrem, através da colocação de novo pavimento, alinhamento, paralelismo e simetria, com vista a dotar o espaço de mais harmonia e melhor organização.

O estacionamento é agora composto por 64 lugares, sendo três de mobilidade reduzida.
O investimento feito na intervenção foi de 754.798 euros.

Revista "Domingo"

Revista "Domingo" do "Correio da Manha" de 26 de agosto de 2012 relembrou obras de restauro do Santuário do Sr. Jesus dos Milagres e Concelho Económico Paroquial do final da década de 90. Clique na imagem para ampliar e ler a noticia completa.

Restauro do relógio e sinos

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O relógio de torre do Santuário dos Milagres foi restaurado e reinstalado na torre sineira no ano de 2005.

Trata-se de uma belíssima peça de património,da conceituada escola de relojoaria de torre francesa, da casa Odobey, fabricante de relógios de torre desde inícios do século XVIII. O relógio do Santuário do Senhor Jesus dos Milagres foi fabricado por Paul Odobey em 1909, sendo um magnífico exemplar dos chamados relógios de Morez. Tecnicamente, dá horas com repetição e bate quartos através do sistema ding-dang, ou progressivo: uma badalada ao quarto de hora, duas á meia hora, três aos três quartos e quatro à hora, seguidas do toque horário com repetição. Rigorosamente revisto ao nível mecânico, todos os seus componentes foram beneficiados e embelezados ao nível estético, com polimento artístico nas ferragens e pintura a preto, conforme o original, com os elementos decorativos e relevos pintados a tinta de ouro.

Também os sinos sofreram intervenção, ao nível da limpeza e colocação de cabeçalhos novos no sino da torre poente e no sino grande (Sul) da torre nascente. Na torre nascente, ou do relógio, destacam-se pelo seu elevado valor patrimonial e artístico, dois dos sinos: no campanário norte, um dos sinos mais antigos da Diocese, de 1793, do fundidor José Argos; no campanário nascente, e datado de 1924, um magnífico sino do mestre fundidor António Alves Ferreira, natural do lugar de Boca da Mata, no concelho de Alvaiázere, onde fundou a sua fundição em 1899."

Hermínio de Freitas Nunes (Historiador)

Requalificação de 2021.
A realização destas obras, num espaço tão nobre para os milagrenses, dotou a zona de maior conforto e atratividade. Deixamos algumas imagens das obras.